A Colaboração entre a Medicina e a Astrologia - Parte 1

Tese apresentada no I Congresso Brasileiro de Astrologia (Outubro de 1980)
Por: Jean Perrier (ABA – 109)
Publicado no Boletim da ABA nº  18 – janeiro de 1982 - ano IX

A astrologia admite e argumenta que físico e psique encontram-se relacionados, influenciando-se mutuamente. Assim, não seria justificável que na observação astrológica do ser humano se limitasse a suas predileções, idéias, desgosto e humores.

O estudo das influencias astrológicas sobre a constituição física e saúde do homem, propicia aplicação de incontestável utilidade social. O exame do tema astrológico permite detectar tendências patológicas e auxiliar no diagnóstico de problemas, tanto físicos quanto psíquicos, que venham a se manifestar. Ou seja, pode-se prevenir ao invés de, unicamente, remediar.

Como em todas as pesquisas similares, a realidade da correspondência e influência dos astros sobre o corpo humano, foi estabelecida a partir de repetidas observações e estatísticas.

Experiências realizadas nesse sentido, com significativo número de pessoas – onde forma aplicadas as regras estabelecidas a partir daquelas observações – comprovam que a Astrologia, pode ser um precioso auxiliar da medicina e da psicologia.

Para aqueles que estudam e conhecem a Astrologia, é evidente que os planetas do nosso sistema solar exercem, sobre nossos corpos, uma ação bem definida.

O planeta marte, por exemplo, figura como inegável fator de energia, mas sua ação é inflamatória, excessiva, representando importante papel nas crises agudas.

Saturno atua sobre o organismo, deixando a pessoa deprimida e anêmica; sua influência tende a causar paralisias, reduções, endurecimentos, atrofias, e pode ser constatada na maioria das doenças prolongadas e crônicas.

Os outros planetas possuem, também uma ação bastante determinada.

Observando-se, por exemplo, a passagem de marte no céu, numa longitude correspondente a um ponto sensível do horóscopo de um indivíduo, ele certamente sofrerá um acesso de febre, uma doença inflamatória ou infecciosa relacionada com o planeta natal que determinou esse ponto sensível.

Tratando-se de Saturno, a doença será provavelmente um resfriado, uma baixa de vitalidade, um resfriado, ou um afrouxamento considerável da função colocada sob a influência do planeta sobre o qual a passagem está acontecendo.

Da mesma maneira, uma passagem de Júpiter ou de Vênus sobre um dos pontos harmoniosos do tema natal, nos indica uma melhoria do estado de saúde, a volta do organismo a condições normais de funcionamento.

São ainda, experiências baseadas em repetidas observações que permitem a conclusão que, cada planeta, governa uma função natural bem determinada. Assim, Mercúrio rege o sistema nervoso; a Lua, as funções digestivas e eliminatórias; Júpiter, a circulação arterial e as funções hepáticas, e assim por diante.

Verificamos que pessoas que sofrem do estômago, muitas vezes apresentam a Lua mal aspectada no tema natal. Pessoas que sofrem do fígado, quase sempre mostram em seu tema, Júpiter recebendo mal aspecto.

Em astrologia médica, as pesquisas realizadas possibilitam estabelecer relações entre os planetas e as glândulas endócrinas.

Urano, por exemplo, está ligado à hipófise, governando o crescimento. Ao se examinar casos de crescimento anormal, temas de gigantes ou anões, constata-se que urano ocupa, a cada vez um lugar particular, e desempenha o papel preponderante.

Mercúrio rege a tireóide e conforme os aspectos que recebe, essa glândula apresenta-se normal, pequena, ou grande demais, atuando da maneira diversa sobre a inteligência do individuo.

Vênus rege a glândula thymus(timo), Júpiter as supra-renais, e assim por diante.

Nada há de extraordinário, portanto, em que cada planeta governe determinado sentido.

Isso pode parecer arbitrário, mas basta estudar, por exemplo, temas de pessoas  de tato bastante desenvolvido – como músicos e escultores – para perceber que esse sentido é regido por Vênus.

Da mesma maneira, Marte rege o paladar, Júpiter o olfato, Saturno a audição, etc.

Interessante é constatar a veracidade das informações fornecidas pelo Zodíaco, ditadas pela tradição astrológica, que atribui relações entre os signos e partes do corpo humano.

A realidade da correlação entre Áries e a cabeça, Touro e a garganta, Gêmeos e os pulmões, Câncer e o estômago, Leão e o coração, etc., é tão evidente que ela aparece à primeira vista, desde o início dos diagnósticos médicos.

As noções relativas aos signos são suficientes para a emissão de julgamentos corretos quanto á sede de certas lesões ou local de uma doença. A Lua, por exemplo – que rege a eliminação dos resíduos – se encontra mal influenciada quando no signo de Escorpião – que por sua vez, governa os órgãos íntimos.

Um tema feminino que apresenta essa disposição indicará – problemas com esses órgãos ou perturbações menstruais que serão mais fortes ou mais fracas, conforme os planetas que estiverem em mal aspecto com a Lua.

Marte, planeta de ação inflamatória, se situado na extremidade do signo de Virgem – que rege o abdomem – indica, mais cedo ou mais tarde, uma operação do apêndice. Saturno, planeta que paralisa a ação das pessoas, situado em Leão – que rege o coração – indicará provavelmente uma atrofia cardíaca.

O conhecimento dos diversos signos zodiacais e da disposição dos planetas nesses signos, constitui valiosa indicação para se determinar o temperamento e a zona mais vulnerável. Assim, chegou-se à descoberta dos predomínios: biliosos, nervosos, sanguíneos e linfáticos. Aos quais correspondem, reciprocamente, as predisposições para a simpaticonia, neurotonia alternativa, vagotonia e diversas desordens decorrentes.

A passagem do sol através dos signos zodiacais esclarece, também, a respeito das relações entre certas doenças e as estações climáticas.

É de primordial interesse que, as deduções astrológicas tenham permitido descobrir, em céus de nascimento, zonas nitidamente patogênicas. Elas se configuram em decorrência da ação dos planetas, que influenciam as pessoas sob diferentes ângulos, em relação ao horizonte astronômico do local de nascimento.

Desse modo, pode-se explicar por quê pessoas nascidas sob as influências astrológicas de um mesmo dia, terão particular receptividade a diferentes tipos de doenças, segundo a hora e a posição geográfica do local de nascimento, que determinam o ângulos e incidência dos influxos astrológicos em relação ao horizonte.

Pode-se ainda determinar, com base nas experiências realizadas, se a parte afetada dos órgãos

Estará do lado direito ou esquerdo. Com a pratica, consegue-se localizar uma lesão, foco infeccioso ou detectar a presença de um corpo estranho nas extremidades ou na parte mediana da área doente do corpo.

Nos temas de nascimento masculinos, a influência do Sol é primordial, ao passo que a Lua influencia os femininos. Certo planetas, colocados em condições especiais, concentram influxos patológicos e estabelecem fatores de doenças mortais.

Numerosas observações feitas sobre casos de tuberculose, câncer e sífilis, levam a importantes conclusões. Elas provam que, na maioria dos casos, alguns planetas maiores – Plutão, Netuno, Urano, Saturno, Júpiter – encontram-se mal situados em relação aos menores – Sol, Lua, Mercúrio, Vênus – e ainda o nascimento da pessoa se dá em signo propício à eclosão dessas pragas sociais.

Por exemplo, a maior parte dos temas de tuberculose, mostram dissonâncias entre Mercúrio e Saturno, e esses planetas localizados em signos mutáveis, como Gêmeos ou Peixes, ou ainda Peixes no Ascendente.

Nos casos de câncer, nota-se que Saturno e Netuno formam, quase sempre, aspectos maléficos com a Lua e Vênus, planetas que regem a proliferação das células. Além disso, fortes dissonâncias interplanetárias nos signos de touro e escorpião, parecem predispor à sífilis.

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