Cosmobiologia Médica

Por: Prof. Salvatore de Salvo (ABA – 199)
Publicado no Boletim da ABA nº 21 - 1985

Sabemos que a Lua, ao passar  por qualquer lugar terrestre, causa marés nos oceanos, na atmosfera e na Terra. Tudo que é vivo, reage em suas células ante a força gravitacional alterada do Sol e da Lua. Esta última, altera também o campo magnético, produz marés biológicas e regula os ritmos biológicos, incluindo o reprodutivo dos seres viventes.

Por isso, não podemos estranhar que Richholff tenha comprovado, em 1935, que os nascimentos aumentavam enormemente, quando a Lua passava pelo meridiano local, o que foi confirmado por vários outros investigadores posteriormente.

As intervenções cirúrgicas sofrem a mesma influência. O Dr Darrel Huff pode determinar que, as hemorragias aumentavam com a Lua Cheia e desaparecem na Lua Nova. A incidência varia tanto que, conseguiu determinar como 82% das hemorragias tipo sangramento, ocorreram na Lua Crescente e um dia antes da Minguante. Portanto, a influência lunar sobre o elemento líquido do corpo é similar à das águas do planeta.

É por isso que a Cosmobiologia Lunar adquire notória importância para que nos ocupemos da dinâmica biológica do ser humano.

Há mais de 40 anos o russo Tchijewsky, demonstrou que o metabolismo e a conduta humanas são afetados pelos íons carregados de eletricidade, encontrados na atmosfera. Pouco depois, em 1949, o Dr Willian Petersen de Chicago, informou sobre o incremento da mortalidade em pacientes tuberculosos sete dias antes da Lua Cheia, pela mudança de pH do sangue.

Em 1958, Korubluch e depois, Krujer e Smith(1962), voltaram a estudar os efeitos dos íons e comprovaram que os de carga positiva induzem à depressão, enquanto que os de carga negativa estimulam.

Portanto, todos os acontecimentos cósmicos que afetam a ionização de nossa atmosfera alteram o estado de ânimo do ser humano.

A esse respeito, Lonard J. RAvitz, psiquiatra da Virgínia, fez notar que as Lunações são mais influentes nos doentes mentais do que nas pessoas ditas normais. Informou também que, “a Lua não determina diretamente o comportamento humano, mas ao modificar as relações das forças eletromagnéticas do Universo, é capaz de provocar catástrofes nos seres.”

E, a nosso ver, isso é o que está ocorrendo na atualidade.

Os Drs. L. Licber e Caral N. R. Sherin, do Departamento Psiquiátrico de Miami, partindo do fato que o microcosmo humano tem a mesma composição da superfície terrestre, e que esta é evidentemente afetada pela influencia gravitacional lunar, deram por certo que o organismo humano também sofreria, a nível do meio líquido que banha todas as suas células, as mesmas “marés” que sofre o planeta. Estas “marés biológicas” provocariam, nos seres humanos, desarranjos do comportamento em decorrência da alteração do humor.

Para comprovar essa hipótese escolheram o Critério Objetivo do Homicídio, que marcaria uma grave alteração tímica. Estudaram 1949 casos de homicídio, indicando-os em suas respectivas fases lunares. Assim, puderam determinar que esses acontecimentos têm um máximo de incidência na Lua Cheia e um mínimo com a do Sol, originando as “marés biológicas” humanas, com conseqüente desarranjo da conduta.

Por outro lado, é bem conhecida a influência lunar sobre os cardíacos. São tão aceitas que, o Dr. Gorgano estabeleceu o dia do infarto, para realçar que certas épocas eram sumamente propensas a esse perigo, enquando que outras pareciam isentas de risco.

Parece assim, mais do que claro, que tudo que vive neste planeta está mergulhado  num mar de influências  sutis de origem cósmica que condicionam seu nascimento, seu desenvolvimento, seu destino e seu desaparecimento, num infindável, eterno retorno de ciclos cósmicos, afetando a vida em todas as suas demonstrações.